quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Natal vai devolver R$ 600 mil à União



APrefeitura do Natal terá que devolver cerca de R$ 600 mil ao governo federal, referentes ao convênio com o Ministério do Turismo para a reforma e ampliação do Mercado das Rocas. A solução encontrada pela Caixa Econômica para retirar o município da lista negra do Cadastro Único de Convênios (CAUC) foi parcelar em seis vezes a restituição que deverá ser paga na gestão do prefeito Carlos Eduardo. Um termo com a assinatura do atual prefeito Paulinho Freire e do próximo prefeito, Carlos Eduardo, prevê o início do pagamento em março do próximo ano. A falta de prestação de contas do convênio da reforma do Mercado das Rocas era a última pendência do município junto ao Cauc. Com essa resolução a prefeitura estará apta a contratar novos convênios com o governo federal.
Adriano AbreuObra de reforma do Mercado das Rocas foi iniciada em 2007 e não foi concluída. Verba será devolvida 
Obra de reforma do Mercado das Rocas foi iniciada em 2007 e não foi concluída.
Verba será devolvida

A obra do Mercado das Rocas passou por vários entraves desde que começou, em 2007. A primeira paralisação da obra aconteceu em novembro de 2008. De lá pra cá, vários reinícios, novos prazos, e nada concluído. O projeto do Mercado Modelo das Rocas previa a construção de 44 boxes no térreo para comercialização de frutas, verduras e carnes. No primeiro andar, mais 44 boxes para serviços como praça de alimentação, casa lotérica, telefones públicos, salão de beleza, autoatendimento bancário, palcos para eventos culturais, elevador, rampas de acessibilidade e banheiros com fraldários. No entanto, o que se vê no local é bem diferente do proposto no projeto. A situação do mercado hoje é de total abandono.

O que chegou a ser feito pela empresa vencedora da licitação na época, ECN Empresa de Construção Natal Ltda, está destruído. Tapumes de madeira fecham os buracos onde seriam as janelas e as portas do prédio. Na entrada, um madeirite preso com correntes e cadeados. Pela fresta é possível perceber que o mato toma conta do interior do prédio. Do lado de fora, muito lixo, sujeira por todos os lados, e a placa informando "Reforma e ampliação do Mercado Modelo das Rocas. R$ 1.570.930,00".

COMERCIANTES

Esperança.
Esse é o sentimento que move os comerciantes que antes ocupavam o




Mercado das Rocas e hoje estão abandonados à própria sorte. Os 79 permissionários que ocupavam o Mercado das Rocas foram alojados na Feira das Rocas e em um galpão na Avenida Duque de Caxias. Muitos faliram, outros desistiram de seus negócios, mas os que ficaram ainda acreditam que a reforma do mercado será concluída. "Eu vou estar vivo para ver esse mercado pronto", diz Benedito Belarmino, de 83 anos, que vendia feijão verde no mercado e foi um dos transferidos para a feira das Rocas. "O movimento caiu depois que viemos para cá. Eu, como trabalho com isso há anos, tenho minha clientela. Mas muita gente faliu, desistiu. Aqui é uma sujeira só, não tem banheiro, não tem nada. Não tem estrutura nenhuma pra gente trabalhar aqui", diz.

O comerciante Luiz Pedro de Sousa, de 66 anos, também tem esperanças de que a obra seja concluída. "Eu tenho fé que esse mercado vai ser reformado e que nós vamos voltar pra lá. Você sabe, a esperança é a última que morre".

Carlos Eduardo diz que reforma será concluída

Para Roberto Rodrigues de Araújo, de 52 anos, morador das Rocas há 40 anos, os comerciantes não foram os únicos prejudicados com o fechamento do mercado das Rocas. "O mercado faz falta para a comunidade. Era um espaço com várias possibilidades. Hoje está abandonado", diz.

Maria Iracema da Silva tem 58 anos. 42 destes vividos nas Rocas. Ela diz que a vida no bairro é antes e depois da desativação do mercado. "Aqui era movimentado, as pessoas vinham fazer compras no mercado, agora me diga quem é que vai querer fazer compras aqui nessa situação de abandono?", questiona. Sentada na porta do seu ponto comercial que fica na lateral do Mercado, ela conta que o local já foi um restaurante movimento e que hoje é um quebra galho na renda da família. "Eu já cheguei a vender quase 70 pratos em um dia aqui. Hoje não vendo 10. Eu tinha uma vida boa quando cheguei aqui", lamenta. Emocionada, ela diz que apesar das dificuldades não está nos seus planos ir embora do local. "Eu quero que aqui volte a ser o que era antes, que tenha vida, que melhore. Eu não quero ter que ir embora daqui".

Em entrevista à Tribuna do Norte o prefeito eleito Carlos Eduardo afirmou que o mercado das Rocas terá concluída sua obra de  reforma e ampliação. "Não sei se com recursos de uma emenda parlamentar ou recursos próprios, mas que o mercado vai ser feito, vai", garantiu.

Projeto prevê R$ 243 milhões para melhorias viárias

A equipe de transição coordenada pela economista Virgínia Ferreira e o prefeito eleito Carlos Eduardo Alves se reuniu com diretores da Caern na manhã de ontem para tratar das obras de saneamento de Boa Esperança, Cidade Praia e Nordelândia, localidades de Nossa Senhora da Apresentação. Eles foram recebidos pelos diretores Técnico, Ricardo Varela, e o Comercial e Financeiro, João Maria de Castro, presidente da empresa em exercício. "A reunião foi positiva e está tudo resolvido", disse Carlos Eduardo ao sair do encontro, destacando que a prefeitura terá R$ 29 milhões para obras em Nossa Senhora da Apresentação.

De acordo com o prefeito eleito, a Caern fará o esgotamento sanitário das localidades e a prefeitura ficará responsável pelas obras de drenagem e pavimentação. O saneamento de Cidade Praia, Boa Esperança e Nordelândia, áreas residenciais situadas no bairro de Nossa Senhora da Apresentação na Zona Norte da capital, foi o assunto principal na primeira conversa do prefeito eleito de Natal, Carlos Eduardo Alves, e a Diretoria da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern).

Em entrevista à Tribuna do Norte, o prefeito destacou que a prefeitura recebeu garantias da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, no sentido de assegurar os recursos para essas intervenções e ainda para o recapeamento asfáltico de cerca de 140 ruas na cidade. Carlos Eduardo acrescentou que até a sexta-feira, a prefeitura deverá encaminhar os projetos para o Governo Federal. "Vamos apresentar o projeto sexta-feira também para o recapeamento asfáltico, sinalização e construção de abrigos, em 140 ruas da cidade", disse. Essa obra está orçada em R$ 243 milhões e os recursos são do PAC da Mobilidade. A expectativa do prefeito é que as obras comecem em maio do próximo ano.
Fonte: Tribuna do Norte

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