O início do julgamento do goleiro Bruno Fernandes de Souza e dos demais
quatro acusados da morte de Eliza Silva Samudio, um dos júris mais
aguardados da história da Justiça mineira, só está previsto para o dia
19, mas o embate entre defesa e acusação começou muito antes, não diante
do corpo de jurados, mas de toda a opinião pública. Um dia depois de o
promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro anunciar que a principal
testemunha do caso foi dispensada, fato confirmado pelo Tribunal de
Justiça de Minas Gerais, o advogado Rui Pimenta ameaça recorrer para
garantir o depoimento do rapaz – o primo do goleiro que relatou detalhes
do sequestro da ex-namorada de Bruno. “Esse jovem, quando menor,
denunciou um crime com requintes de crueldade, que não existiu. A
dispensa dessa testemunha beneficia a acusação”, alega Pimenta, já
antecipando que mudará a estratégia e passará a negar o assassinato da
jovem.
O defensor do goleiro afirmou que vai entrar com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para garantir o depoimento de J. L. L. R., hoje com 19 anos, que contou em detalhes como sequestrou Eliza e a levou para o cativeiro e para a morte. “Se ele contou tal versão e depois desmentiu tudo perante o juiz, é claro que é uma peça importante para inocentar meu cliente”, disse o advogado. Já Francisco Simim, advogado de Dayanne do Carmo, ex-mulher do jogador, disse que desistiu de entrar com recurso para adiar o julgamento. Estratégias, pressões, avanços e recuos à parte, o fato é que o Fórum de Contagem e todos os envolvidos já se preparam para o julgamento que promete entrar para a história da Justiça brasileira.
Segundo o promotor Henry Wagner de Castro, o jovem J.L., incluído em setembro no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCaam), manifestou o desejo de não ser ouvido no julgamento. O documento com a decisão do rapaz foi recebido na quinta-feira pela promotoria. “J. L. está sendo ameaçado. Não é por Eliza, porque ela está morta, nem por Bruninho (filho dela), que é apenas uma criança”, ironizou o representante do MP.
Já Francisco Simim e Pimenta devem levar ao júri uma tese que promete tumultuar ainda mais o já confuso caso Bruno: a de que Eliza Samudio não morreu e está no Leste Europeu. Ideia que contradiz o que o próprio Rui Pimenta inicialmente anunciou, quando admitiu o assassinato, apesar de negar que seu cliente tivesse conhecimento dele. “Houve um erro de avaliação mas, conhecendo melhor os autos, estou certo de que não houve tal crime. Se antes alguns indícios sugeriam uma trama de assassinato, do qual meu cliente não tinha qualquer conhecimento, tenho, agora, convicção de que não houve o tal homicídio e que o depoimento de J. L. é fundamental para provarmos isso”, justificou o defensor de Bruno.
Se os advogados do goleiro e da ex-mulher dele estão afinados, o mesmo não ocorre em relação à defesa dos outros três envolvidos que serão levados a júri. Os advogados de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, amigo e funcionário de Bruno, do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e de Fernanda Gomes, ex-namorada do jogador, formam um bloco próximo a Ércio Quaresma, que incialmente esteve à frente da defesa do próprio Bruno.
A recente vitória do grupo, ao absolver Bola da acusação de um outro homicídio, deu força para que o grupo de Quaresma vislumbre a possibilidade de agir para destituir Pimenta e Simim da defesa de Bruno e Dayanne. Porém, qualquer pedido nesse sentido tem que partir dos réus. Por isso os próximos dias podem ser de puro assédio a eles, e de “tiroteiro” contra a acusação e a juíza Marixa Fabiane.
Para o advogado e mestre em ciências penais Warley Belo, a mobilização dos advogados deve ser considerada sob o ponto de vista da busca da proteção do réu e não interpretada como um conjunto de manobras para prejudicar o processo. A legislação, destaca ele, garante o direito de ampla defesa. "É uma garantia constitucional."
Adaptação da arena de Contagem
Várias reuniões têm sido feitas entre assessores do TJMG e a equipe da juíza Marixa Fabiane para preparar o julgamento no fórum de Contagem. Os protestos da defesa dos cinco réus com relação à realização do júri do caso Bruno na cidade da Grande BH não foram capazes de mudar o endereço do julgamento. “A juíza viu dificuldades em levar toda a sua equipe para outro local, sem prejudicar o andamento dos trabalhos de rotina”, revelou uma assessora.
Definido o palco do julgamento, a preocupação com a melhoria do espaço físico se tornou prioridade. Obras para ampliação da rede elétrica, manutenção do ar-condicionado e até vedação de goteiras, entre outras, estão em fase final. No auditório com capacidade para 100 pessoas, foram destinados 42 lugares a órgãos de imprensa. Cada réu poderá ter dois familiares na plateia, num total de 10 pessoas. Os demais lugares serão destinados ao público em geral. Senhas serão distribuídas por ordem de chegada. Há ainda detalhes em estudo, como instalação de um telão.
“A juíza Marixa Fabiane tem demonstrado especial preocupação em evitar que esse caso ganhe ar de espetáculo. Ela está empenhada em realizar o júri como os tantos outros que fazem parte de sua rotina de presidente do Tribunal do Júri de Contagem”, explicou um assessor. Por esse motivo, Marixa teria inclusive vetado a proposta de transmissão do julgamento por uma emissora de televisão oficial do sistema judiciário.
Entenda o caso
De acordo com a denúncia do Ministério Público, em 4 de junho de 2010, Macarrão e um primo de Bruno sequestraram Eliza e o filho dela com o goleiro Bruno, a agrediram e a levaram com o bebê para a casa do goleiro no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro. No dia seguinte, Eliza e a criança foram levadas para Contagem, na Grande BH, e depois para o sítio do goleiro, em Esmeraldas, também na região metropolitana, onde teria sido mantida em cativeiro até ser morta, em 10 de junho.
O homicídio teria ocorrido à noite, em Vespasiano, no imóvel do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que teria estrangulado a vítima. O ex-policial também teria sumido com o corpo. Sempre segundo a denúncia, o filho de Eliza foi levado de volta ao sítio. Lá, Bruno, Macarrão, Sérgio Sales e o adolescente queimaram a mala e as roupas da vítima.
Os acusados foram para Ribeirão das Neves e de lá para o Rio de Janeiro, em um ônibus que transportava o time mantido por Bruno. Dayanne, ex-mulher do goleiro, ficou com o bebê no sítio. Em 18 de junho, ela viajou e deixou a criança com Elenilson da Silva, caseiro do sítio, e Wemerson Souza, amigo de Bruno. O garoto foi entregue para uma mulher, que o repassou para outra. O bebê foi localizado pela polícia depois da denúncia da morte de Eliza. Todos os envolvidos foram presos e denunciados à Justiça. Atualmente, apenas Bruno, Macarrão e Bola aguardam o julgamento presos.
Mas Nascimento não quis indicar em qual banca. Também se negou a dizer o endereço da redação e do parque gráfico que diz possuir.
Em Guarulhos, por exemplo, donos de banca desconhecem os jornais. A pedido da Folha, Nascimento mostrou dois exemplares. Ambos apresentam o suposto anúncio da Unimed, que a própria empresa disse não ter feito, e textos copiados da internet.
Os títulos trazem no cabeçalho o mesmo lema da Folha, "um jornal a serviço do Brasil".
Sobre o anúncio da Unimed, Nascimento disse se referir a um contrato com corretor "independente". Ele disse ainda que o dinheiro que recebeu é menor do que o informado pelo governo.
O defensor do goleiro afirmou que vai entrar com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para garantir o depoimento de J. L. L. R., hoje com 19 anos, que contou em detalhes como sequestrou Eliza e a levou para o cativeiro e para a morte. “Se ele contou tal versão e depois desmentiu tudo perante o juiz, é claro que é uma peça importante para inocentar meu cliente”, disse o advogado. Já Francisco Simim, advogado de Dayanne do Carmo, ex-mulher do jogador, disse que desistiu de entrar com recurso para adiar o julgamento. Estratégias, pressões, avanços e recuos à parte, o fato é que o Fórum de Contagem e todos os envolvidos já se preparam para o julgamento que promete entrar para a história da Justiça brasileira.
Segundo o promotor Henry Wagner de Castro, o jovem J.L., incluído em setembro no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCaam), manifestou o desejo de não ser ouvido no julgamento. O documento com a decisão do rapaz foi recebido na quinta-feira pela promotoria. “J. L. está sendo ameaçado. Não é por Eliza, porque ela está morta, nem por Bruninho (filho dela), que é apenas uma criança”, ironizou o representante do MP.
Já Francisco Simim e Pimenta devem levar ao júri uma tese que promete tumultuar ainda mais o já confuso caso Bruno: a de que Eliza Samudio não morreu e está no Leste Europeu. Ideia que contradiz o que o próprio Rui Pimenta inicialmente anunciou, quando admitiu o assassinato, apesar de negar que seu cliente tivesse conhecimento dele. “Houve um erro de avaliação mas, conhecendo melhor os autos, estou certo de que não houve tal crime. Se antes alguns indícios sugeriam uma trama de assassinato, do qual meu cliente não tinha qualquer conhecimento, tenho, agora, convicção de que não houve o tal homicídio e que o depoimento de J. L. é fundamental para provarmos isso”, justificou o defensor de Bruno.
Se os advogados do goleiro e da ex-mulher dele estão afinados, o mesmo não ocorre em relação à defesa dos outros três envolvidos que serão levados a júri. Os advogados de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, amigo e funcionário de Bruno, do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e de Fernanda Gomes, ex-namorada do jogador, formam um bloco próximo a Ércio Quaresma, que incialmente esteve à frente da defesa do próprio Bruno.
A recente vitória do grupo, ao absolver Bola da acusação de um outro homicídio, deu força para que o grupo de Quaresma vislumbre a possibilidade de agir para destituir Pimenta e Simim da defesa de Bruno e Dayanne. Porém, qualquer pedido nesse sentido tem que partir dos réus. Por isso os próximos dias podem ser de puro assédio a eles, e de “tiroteiro” contra a acusação e a juíza Marixa Fabiane.
Para o advogado e mestre em ciências penais Warley Belo, a mobilização dos advogados deve ser considerada sob o ponto de vista da busca da proteção do réu e não interpretada como um conjunto de manobras para prejudicar o processo. A legislação, destaca ele, garante o direito de ampla defesa. "É uma garantia constitucional."
Adaptação da arena de Contagem
Várias reuniões têm sido feitas entre assessores do TJMG e a equipe da juíza Marixa Fabiane para preparar o julgamento no fórum de Contagem. Os protestos da defesa dos cinco réus com relação à realização do júri do caso Bruno na cidade da Grande BH não foram capazes de mudar o endereço do julgamento. “A juíza viu dificuldades em levar toda a sua equipe para outro local, sem prejudicar o andamento dos trabalhos de rotina”, revelou uma assessora.
Definido o palco do julgamento, a preocupação com a melhoria do espaço físico se tornou prioridade. Obras para ampliação da rede elétrica, manutenção do ar-condicionado e até vedação de goteiras, entre outras, estão em fase final. No auditório com capacidade para 100 pessoas, foram destinados 42 lugares a órgãos de imprensa. Cada réu poderá ter dois familiares na plateia, num total de 10 pessoas. Os demais lugares serão destinados ao público em geral. Senhas serão distribuídas por ordem de chegada. Há ainda detalhes em estudo, como instalação de um telão.
“A juíza Marixa Fabiane tem demonstrado especial preocupação em evitar que esse caso ganhe ar de espetáculo. Ela está empenhada em realizar o júri como os tantos outros que fazem parte de sua rotina de presidente do Tribunal do Júri de Contagem”, explicou um assessor. Por esse motivo, Marixa teria inclusive vetado a proposta de transmissão do julgamento por uma emissora de televisão oficial do sistema judiciário.
Entenda o caso
De acordo com a denúncia do Ministério Público, em 4 de junho de 2010, Macarrão e um primo de Bruno sequestraram Eliza e o filho dela com o goleiro Bruno, a agrediram e a levaram com o bebê para a casa do goleiro no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro. No dia seguinte, Eliza e a criança foram levadas para Contagem, na Grande BH, e depois para o sítio do goleiro, em Esmeraldas, também na região metropolitana, onde teria sido mantida em cativeiro até ser morta, em 10 de junho.
O homicídio teria ocorrido à noite, em Vespasiano, no imóvel do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que teria estrangulado a vítima. O ex-policial também teria sumido com o corpo. Sempre segundo a denúncia, o filho de Eliza foi levado de volta ao sítio. Lá, Bruno, Macarrão, Sérgio Sales e o adolescente queimaram a mala e as roupas da vítima.
Os acusados foram para Ribeirão das Neves e de lá para o Rio de Janeiro, em um ônibus que transportava o time mantido por Bruno. Dayanne, ex-mulher do goleiro, ficou com o bebê no sítio. Em 18 de junho, ela viajou e deixou a criança com Elenilson da Silva, caseiro do sítio, e Wemerson Souza, amigo de Bruno. O garoto foi entregue para uma mulher, que o repassou para outra. O bebê foi localizado pela polícia depois da denúncia da morte de Eliza. Todos os envolvidos foram presos e denunciados à Justiça. Atualmente, apenas Bruno, Macarrão e Bola aguardam o julgamento presos.
Mas Nascimento não quis indicar em qual banca. Também se negou a dizer o endereço da redação e do parque gráfico que diz possuir.
Em Guarulhos, por exemplo, donos de banca desconhecem os jornais. A pedido da Folha, Nascimento mostrou dois exemplares. Ambos apresentam o suposto anúncio da Unimed, que a própria empresa disse não ter feito, e textos copiados da internet.
Os títulos trazem no cabeçalho o mesmo lema da Folha, "um jornal a serviço do Brasil".
Sobre o anúncio da Unimed, Nascimento disse se referir a um contrato com corretor "independente". Ele disse ainda que o dinheiro que recebeu é menor do que o informado pelo governo.
Fonte: Vapt vupt news
Nenhum comentário:
Postar um comentário